O leste europeu em geral é
associado como fornecedor de emigrantes para outras partes da Europa e do mundo.
Mas uma pesquisa global sobre imigração feita pelo Instituto Ipsos mostrou um
lado diferente do tema, com dilemas semelhantes aos que ocorrem em regiões com
fama internacional de atrair estrangeiros.
O destaque vai para a Rússia,
apontada como o segundo país no mundo com mais imigrantes vivendo em seu
território, atrás apenas dos EUA. São cerca de 12 milhões de estrangeiros, que
representam em torno de 8% da população. E em quarto na lista, logo atrás da
Alemanha, aparece a Ucrânia, com 4,6 milhões de estrangeiros na ex-república
soviética.
É certo que, dentre tais
estrangeiros em território russo e ucraniano, muitos são de países que fizeram
parte da URSS – incluindo ucranianos na Rússia e russos vivendo na Ucrânia.
Outro dado curioso apontado pela
pesquisa é que, ao mesmo em tempo que a Rússia ocupa a vice-liderança em número
de imigrantes no seu território, a sociedade russa é uma das menos tolerantes a
estrangeiros – rejeição de 69%, atrás apenas de belgas e sul-africanos na lista
global. O número de imigrantes existente
no país ainda é considerado “excessivo” por 77% dos russos entrevistados.
Aqui entra mais uma vez a herança
soviética, com os ressentimentos étnicos e históricos ainda existentes entre os
povos que formavam a antiga URSS. Mas esses fatores também são combinados com
um fenômeno já bem comum na Europa Ocidental e que infelizmente ganha espaço na
Rússia. Trata-se da xenofobia em relação à população islâmica, religião
professada por cerca de 20 milhões de fiéis no país e
majoritária em muitas ex-repúblicas soviéticas.
Uma prova desse sentimento de
islamofobia na Rússia foi a oposição à construção de mesquitas na capital, Moscou,
já abordada neste blog.