O sérvio Rastko Pocesta, com apenas 12 anos, é ativista de Direitos Humanos em seu país. Ele ficou famoso com artigos publicados em blogs e no Facebook, onde faz campanha para que a Sérvia participe da União Europeia (UE) e da Otan.
Para ele, o ingresso do país no bloco europeu traria estabilidade econômica e prosperidade ao país; quanto a Otan, Pocesta diz que a adesão à aliança militar ajudaria na segurança dos sérvios.
Ele ainda tem uma outra posição, para lá de polêmica na Sérvia: defende a independência do Kosovo, o que é visto paraticamente como uma heresia pela maior parte do país.
Por essas posições políticas, o garoto é ameaçado de morte por grupos ultranacionalistas – que ainda são fortes no país – e que o acusam de trair os valores sérvios. A organização direitista Obraz, que considera todo sérvio pró-Ocidente um traidor, faz o seguinte comentário sobre Pocesta na internet:
"Nós deveríamos quebrar os ossos dessa criança, e então as suas ideias."
Li um dos artigos do garoto publicado no site de relacionamentos Facebook – com a ajuda de tradutores online, claro, Nele, Pocesta critica a Rússia, aliada histórica da Sérvia, afirmando que Moscou apenas se utiliza de Belgrado para manter hegemonia sobre a região dos Bálcãs e da falta de democracia do país.
Atualmente, vive sob proteção oficial do governo – que tem inclinação pró-Ocidente, como Pocesta.
A situação de Rastko Pocesta mostra bem a divisão política no país. A Sérvia tenta deixar para trás a má impressão com a qual ficou após as guerras dos anos 90 na região. Ao mesmo tempo, movimentos ultranacionalistas ainda encontram simpatia junto à população. O atual governo do país é pró-Ocidente, é favorável à aproximação do país com o Ocidente, visando a entrada da sérvia na Otan e na EU – assim como o garoto Pocesta. Mas outra parcela da população não vê com bons olhos essa política – e a oposição está bem atenta a esses anseios.
Uma dúvida certamente deve vir à sua mente, assim como vem à minha: existe alguém por trás de Pocesta? Fica até difícil imaginar como um garoto de 12 anos consegue escrever e opinar sobre assuntos tão complexos e espinhosos. De qualquer forma, vale a pena ficar de olho no que ele escreve e prega, e assim entender um pouco mais da complexa realidade desse país do leste da Europa.
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