Em referendo, a Croácia aprovou o ingresso do país na União Europeia, já agendado para 1° de julho de 2013. Dos que compareceram à consulta, 66,24% votaram a favor da adesão e 33,16% se posicionaram contra. Mas se o governo celebra o aval dado pelas urnas, o mesmo entusiasmo não pode ser atribuído à população.
Isso porque, apesar da larga margem do sim sobre o não à entrada na UE, apenas 43.6% dos aptos a votar compareceram à convocação. Apesar de o ingresso na União Europeia ser defendido pelos principais partidos do país, a crise que o bloco e o euro enfrentam são usados como argumentos pelos opositores da adesão.
A situação atual da Grécia e os resultados ainda tímidos que Bulgária e Romênia, ambos na UE desde 2007, alcançaram desde então, ajudam a reforçar as objeções à adesão. Os contrários afirmam ainda apelam para outros argumentos, com forte conotação nacionalista, de que o país perderia soberania e colocaria em risco a identidade nacional.
Já os defensores dizem que a UE é vital para consolidar a paz e a recuperação econômica do país após a guerra de independência, encerrada em 1995. No entanto, a previsão é de que o PIB croata encolha 0,2% neste ano, o que aumenta a expectativa sobre os benefícios – ou frustrações – que a adesão pode trazer. Além do aval interno, a Croácia ainda precisa ter seu ingresso na UE aprovado pelos demais 27 membros. Entre eles, a Eslovênia, até agora a única ex-república iugoslava no bloco e que possui entraves fronteiriços a serem resolvidos com o governo de Zagreb. O fator “UE” pode ser usado por Ljubljana para forçar uma solução definitiva para o impasse, mas nada que seja suficiente para vetar o futuro novo membro.
A entrada da Croácia também pode ser vista como um alento às demais ex-repúblicas iugoslavas, como Sérvia e Bósnia, que também sonham em fazer parte dele. Mas a julgar pela duração total das negociações entre Bruxelas e Zagreb, iniciadas em 2005 e concluídas apenas recentemente, os demais aspirantes a candidatos à UE ainda têm um longo caminho pela frente. Para eles, ruim com a União Europeia em decadência, pior ainda sem ela.