segunda-feira, 5 de março de 2012

Com "voto carrossel", Putin vence na Rússia

Com as palavras "Vencemos! Ganhamos uma luta aberta e limpa", Vladimir Putin comemorou a vitória nas eleições presidenciais da Rússia antes mesmo do fim da apuração. Para a oposição, no entanto, sobram sujeiras e aspectos podres no triunfo do atual premiê, eleito para um terceiro mandato. Mas o futuro do ex-espião novamente à frente do Kremlin promete não ser dos mais fácies.

Os resultados oficiais apontam quem Putin recebeu cerca de 64% dos votos no pleito. O atual premiê saúda a eleição como "limpa", mas a oposição denuncia existência de fraudes, comuns no precário sistema de votação russo. Também há a pressão internacional, em especial da União Europeia, que pede explicações sobre as denúncias de ilegalidades.

A principal e mais comum delas é o chamado "voto carrossel", no qual uma mesma pessoa vota várias vezes em diferentes sessões – os russos não são obrigados a votar na sessão na qual estão cadastrados. Como o sistema não é informatizado, é difícil controlar a prática. Oposicionistas citam que o "voto carrossel" nesta eleição foi muito maior que na última eleição legislativa, ocorrida em dezembro passado.

Mas Putin, apesar da suposta larga margem sobre a concorrência, terá problemas pela frente. Um deles está na própria capital, Moscou, onde alcançou apenas um terço dos votos obtidos por Medvedev na eleição presidencial anterior. É lá também que acontecem os maiores protestos contra o atual governo, pedindo maior liberdade de imprensa, democracia, entre outras reivindicações. Especialistas citam tais manifestações como um “despertar” da sociedade civil russa, após cerca de uma década de dormência.

Mesmo com as denúncias de fraude, Vladimir Putin foi eleito para um terceiro mandato na presidência da Rússia, como já era previsto por pesquisas de opinião. Incluindo o atual período como primeiro-ministro do governo Medvedev , de quem é mentor e padrinho político, o ex-espião da KGB pode completar ao todo 24 anos no poder. Agora se ele de fato vai conseguir já é uma outra história. E a sociedade russa cada vez mais dá sinais de que não está disposta a aceitar uma espécie de neoczar como Putin no poder.

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