sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A 'Opep do gás'?

Matéria veiculada pelo portal da Deutsche Welle (que alguns costumam dizer que é a BBC alemã) fala da criação do Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF), com sede em Doha, capital do Qatar.

A matéria relata ainda que a UE e os EUA estão receosos com estados como Rússia, Irã e Venezuela se organizarem nos mesmos moldes que a Opep, que reúne os principais Estados produtores de petróleo no mundo.

A grnade incentivadora dessa empreitada é a Rússia, maior produtora de gás do planeta, terra da gigante estatal do setor, a Gazprom, e que fornece um quarto do gás consumido na Europa (em certos casos, como Alemanha, essa proporção chega a um terço). Recentemente, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, declarou que a “época do gás barato havia chegado ao fim”.

Só para refrescar a memória: não e de hoje que o gás russo dá sustos na comunidade européia e, principalmente, nas antigas repúblicas que formavam a União Soviética. Ucrânia, Bielo-Rússia e Geórgia são alguns dos países que já sentiram na pele a dependência energética por parte dos russos.

Especialmente em tempos de crise, é comum entidades e estados com interesse comuns atuarem de forma conjunta, para melhor lidarem com as dificuldades. E a iniciativa dos produtores de gás vai nessa direção. E cai como uma luva para as pretensões russas de ter um controle maior sobre esse recurso, fazendo frente a EUA e UE. É mais uma peça nesse complicado jogo internacional de estratégica político-econômica. Resquícios da Guerra Fria que ainda persistem no mundo de hoje.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Na Rússia, o Solidarnost

Um dos grandes nomes do xadrez em todos os tempos, não é de hoje que o russo Garry Kasparov se aventura na política. Seu mais novo lance foi a fundação de um novo partido, o Solidarnost (Solidariedade), que conta também com integrantes vindos de diversos grupos de oposição ao atual governo. O destino da nova agemiação é ‘desmantelar’ o regime de Putin, aliado político do atual presidente, Dmitri Medvedev – é bem verdade, quem manda de fato no país é Putin, como o faz desde sua ascenção ao pdoer, em 2000.

O nome do partido é uma alusão ao ‘Solidariedade’, fundado na Polônia por Lech Walesa em 1980 e que teve papel importante na luta contra o poder ‘comunista’ que vigorava no país até então. Em 1989, Walesa e seus correligionários chegaram ao poder na Polônia, e pelo jeito Kasparov deseja o mesmo.

Querer é uma coisa, conseguir é outra. O atual governo, continuação da gestão Putin, goza de grande popularidade. Opsitores ao regime são silenciados sem muita cerimônia. A Folha Online relata que o congresso do Solidarnost foi perturbado pela ação de alguns partidários do governo. Sob o comando de Putin, a Rússia recuperou parte do terreno que perdeu com o fim da União Soviética, o que dá ao ex-presidente e atual premiê um grande capital político. O problema é que ele é usado também para silenciar, muitas vezes de forma violenta, as vozes dissonantes, onde quer que estajam e quem sejam. Não é à toa que a Rússia é considerado um dos piores países para a prática do jornalismo – Anna Politkovskaya, morta em que o diga.


Kasparov, que se diz “otimista” com relação ao futuro, vai ter muito trabalho à frente do novo partido, já que a oposição ainda encontra-se bem enfraquecida. E será um trabalho, ao que parece até agora, que não verá muitos frutos em um curto prazo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Em um buraco, parte da tradição cultural de um país: Estônia

Uma matéria do The New York Times (disponível em português para assinantes do UOL) mostra um local bem peculiar. É um buraco por onde sai água, conhecido como Poço da Bruxa, localizado em Tuhala, na Estônia. Toda vez que isso acontece, pessoas viajam grandes distâncias para vê-lo. Segue abaixo o link para a matéria, já traduzida, no UOL


http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2008/12/09/ult574u9015.jhtm





O poço não "entrava em erupção" havia três anos, e é explicado fisicamente pela localização da cidade. Embaixo dela, 15 rios subterrâneos fluem por um labirinto de cavernas, audíveis mas invisíveis para os habitantes humanos. Eles criam, entre outros efeitos, grandes sumidouros capazes de engolir até mesmo um cavalo. Os geólogos acreditam que após chuvas que causam inundação, a pressão da água subterrânea cresce a ponto da água esguichar para fora do solo, geralmente por alguns poucos dias.




A população, no entanto, tem outra explicação, e que evoca a tradição cultural desse pequeno país, ex-república soviética e admitido na UE em 2004. Apesar de a Estônia ser um dos países mais seculares do mundo - apenas 29% de seus cidadãos se declararam seguidores de uma religião em particular - é muito forte por lá a influência de crenças animistas - baseadas na Natureza.


Essas crenças antigas, que sobreviveram aos tempos na forma de contos folclóricos, representam uma forma de buscar a individualidade de um país que, ao longo de sua história foi forçado a adotar uma série de sistemas de crença, do catolicismo ao luteranismo, da ortodoxia russa ao ateísmo soviético. Durante este último período, especialmente (1940-1991), quando esteve vinculado à União Soviética, pouco ou nada se falava a respeito do Poço da Bruxa ou de elfos da floresta, bruxas, e outros seres imaginários.


E mesmo hoje, esse símbolo da cultura tradicional estoniana enfrenta obstáculos. O mais recente deles são os planos para extrair calcário de uam pedreira próxima ao local. O temor da população é que o projeto drene a água que corre misteriosamente sob Tuhala - e que jorra pelo Poço da Bruxa.


A julgar pela resistência de tais crenças mesmo com tantos séculos de adoção forçada de outros credos, o Poço da Bruxa e outros similares existentes em Tuhala e na Estônia, continuarão a existir.

domingo, 7 de dezembro de 2008

A encruzilhada energética do Leste europeu

Matéria da BBC Brasil relata que os países da Europa oriental rejeitam plano para reduzir emissão de poluentes. Ela pode ser acessada pelo link abaixo:



Grande parte da energia utilizada nos países do Leste europeu provêm de fones consideradas "sujas", como o carvão. Em tempos onde as consequências do aquecimento global se tornam cada vez mais evidentes e duras, há toda uma pressão sobre esses países, em especial os que hoje fazem parte da UE, para que tomem medidas de redução na emissão de poluentes. Mas a questão, como pode-ser ver, não é tão fácil assim.


Nesse meio, entra ainda outra grande polêmica quanto a outra matriz energética, que divide opiniões ao redor do mundo: a energia nuclear. Em especial desde o acidente na usina de Chernobyl (atual Ucrânia) em abril de 1986 (foto do reator abaixo), o tema é sinônimo de tabus em alguns países e de prosperidade em outros.


Mas mesmo aqueles países que haviam decidido desligar seus reatores resolveram retomar o debate sobre a energia atômica, cujos defensores sustentam que ela é polui menos o meio ambiente dos que as fontes tradicionais de energia, por produzir baixos níveis de CO2. Há nações que, lembrnado-se do trauma de Chernobyl, não querem nem ouvir falar em reatores, lixo atômico e o que fazer com ele. Enquanto isso, há nações como França e Bélgica que são, literalmente, movidos pelo átomo - dele vêm, por exemplo, 80% da energia produzida nesses paises.

Mas pelo leste a situação muda um pouco de figura. A maioria das usinas lá situadas não estão muito bem das pernas no que diz respeito à conservação e à modernização de suas instalações, lagumas delas consideradas fortes candidatas a uma "nova Chernobyl". E são paises igualmente - ou até mais - dependentes do átomo. A própria Ucrânia, palco do acidente de 1986, planeja construir mais 11 usinas até 2030, para não ficar à mercê do gás vindo da Rússia e de seus humores.

Cinco dos dez países que ingressaram na União Européia em 2004 – República Tcheca, Hungria, Lituânia, Eslováquia e Eslovênia – possuem reatores em operação. Sob protestos, a Bulgária foi obrigada a fechar dois reatores da era soviética como condição de ingresso na UE - o que já revela uma relação de dois pesos e duas medidas se comparada com a França.

Percebe-se aí um pouco do tamanho da encruzilhada em que vivem as nações da Europa Oriental. Sem reatores, são obrigados a recorrer, por exemplo, ao carvão - já conhecido como poluidor da atmosfera e um dos causadores do aquecimento global. Para ambas as formas, ambientaistas criticam, dizendo que não são viáveis e/ou limpas. E no caso da nuclear, aparece a duvida sobre o que e como fazer com o lixo atômico, tão perigoso quanto o produto em si, e sobre a qual não se chegou um consenso até agora.

Nesse momento, a diversificação das matrizes energéticas pode ser a grande saída, aliada ao constante investimento e atualização das fontes e das geradoras dessa energa. E creio que não sera possível fugir da usina nuclear, ou pelo menos de uma abordagem mais à fundo, despdida de preconceitos.

Debate esta aberto