A rede de televisão Al Jazeera, sediada no Qatar e chamada por alguns de a “CNN árabe”, tem os Bálcãs como próximo – e ousado – alvo.
A Al Jazeera Balkans – que já conta com site próprio, no qual aparece a mensagem “Comming soon e uma breve explicação sobre o projeto” – chegou a ser prevista para janeiro deste ano, mas agora tem novembro como nova data prevista para começar suas transmissões. O investimento da emissora qatariana no novo braço balcânico – e europeu, claro – é da ordem de 10 milhões de euros.
A sede do novo canal será em Sarajevo, capital da Bósnia, mas pretende abranger toda a antiga Iugoslávia. Escritórios serão abertos em Belgrado (Sérvia) e Zagreb (Croácia). Além disso, estão previstos gabinetes no Kosovo, Montenegro, Turquia e Macedônia.
A presença de uma organização midiática do porte da Al Jazeera deve mexer com os Bálcãs em diversos aspectos, tanto sócio-políticos como econômicos. Enquanto entusiastas dizem que o novo canal vai enriquecer o cenário midiático da região, críticos duvidam das reais intenções e da viabilidade do projeto.
A emissora se propõe a ser uma fonte independente de notícias internacionais e locais. “Pontos de vista pessoais não tem e não terão nada a ver com nossos programas. Não haverá conclusões ou comentários”, diz o diretor de programação da emissora, Goran Milic. Resta saber se tal orientação será seguida à risca quando o novo canal estiver no ar, já que é impossível ficar completamente imune a influências políticas.
A chegada da Al Jazeera também deve sacudir o mercado midiático, se tornando um competidor de peso frente às emissoras estatais e públicas que predominam na região. Um dado curioso é que o anúncio da chegada da Al Jazeera acontece poucos meses após a BBC fechar o serviço radiofônico de notícias que mantinha na região.
Somente com a programação no ar será possível avaliar com mais segurança quais serão os efeitos da chegada da Al Jazeera à região. O canal conseguiu, em relação ao Oriente Médio, mostrar histórias e pontos de vista que eram pouco explorados por emissoras dos EUA e Europa. Espera-se pelo menos que a mesma coisa possa acontecer em relação aos Bálcãs.
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