quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Em um buraco, parte da tradição cultural de um país: Estônia

Uma matéria do The New York Times (disponível em português para assinantes do UOL) mostra um local bem peculiar. É um buraco por onde sai água, conhecido como Poço da Bruxa, localizado em Tuhala, na Estônia. Toda vez que isso acontece, pessoas viajam grandes distâncias para vê-lo. Segue abaixo o link para a matéria, já traduzida, no UOL


http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2008/12/09/ult574u9015.jhtm





O poço não "entrava em erupção" havia três anos, e é explicado fisicamente pela localização da cidade. Embaixo dela, 15 rios subterrâneos fluem por um labirinto de cavernas, audíveis mas invisíveis para os habitantes humanos. Eles criam, entre outros efeitos, grandes sumidouros capazes de engolir até mesmo um cavalo. Os geólogos acreditam que após chuvas que causam inundação, a pressão da água subterrânea cresce a ponto da água esguichar para fora do solo, geralmente por alguns poucos dias.




A população, no entanto, tem outra explicação, e que evoca a tradição cultural desse pequeno país, ex-república soviética e admitido na UE em 2004. Apesar de a Estônia ser um dos países mais seculares do mundo - apenas 29% de seus cidadãos se declararam seguidores de uma religião em particular - é muito forte por lá a influência de crenças animistas - baseadas na Natureza.


Essas crenças antigas, que sobreviveram aos tempos na forma de contos folclóricos, representam uma forma de buscar a individualidade de um país que, ao longo de sua história foi forçado a adotar uma série de sistemas de crença, do catolicismo ao luteranismo, da ortodoxia russa ao ateísmo soviético. Durante este último período, especialmente (1940-1991), quando esteve vinculado à União Soviética, pouco ou nada se falava a respeito do Poço da Bruxa ou de elfos da floresta, bruxas, e outros seres imaginários.


E mesmo hoje, esse símbolo da cultura tradicional estoniana enfrenta obstáculos. O mais recente deles são os planos para extrair calcário de uam pedreira próxima ao local. O temor da população é que o projeto drene a água que corre misteriosamente sob Tuhala - e que jorra pelo Poço da Bruxa.


A julgar pela resistência de tais crenças mesmo com tantos séculos de adoção forçada de outros credos, o Poço da Bruxa e outros similares existentes em Tuhala e na Estônia, continuarão a existir.

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