terça-feira, 24 de agosto de 2010

Diferentes na cabeça e no coração

“Somos diferentes aqui (apontando para a cabeça) e aqui (indicando o coração)”. Esta é uma das formas pelas quais os ucranianos demonstram as diferenças que possuem em relação aos russos. Em 24 de agosto, completam-se 19 anos da declaração de independência ucraniana sobre a União Soviética, oficialmente dissolvida ao final de 1991.

Desde o colapso soviético, antigas repúblicas tentaram criar identidades diferentes de Moscou ao abolir símbolos soviéticos e disseminando suas próprias perspectivas sobre eventos centrais. Com a Ucrânia não é diferente.

Os ucranianos, apesar de terem cultura e língua próprias, estiveram ligados aos russos desde meados do século XIV. As práticas culturais ucranianas eram desestimuladas pelo Império Russo,o que não impediu seu desenvolvimento, especialmente pelo século XIX.

Após a Revolução Russa (1917), a Ucrânia obteve um breve período de independência. Em 1922, o país passou a integrar a União Soviética. Assim como outros povos que compunham a antiga federação, sofreu com o processo de “russificação”, que impunha a cultura russa e condenava práticas culturais dos demais povos.

Independente, a Ucrânia luta contra heranças do domínio soviético, como a dependência da Rússia russa em setores como o de energia – o fornecimento de gás à Ucrânia já foi cortado pelos russos mais de uma vez nos últimos anos. Outra herança, para lá de negativa, é o desastre nuclear ocorrido na usina de Cherbobyl, ocorrido em 1986 em solo ucraniano. Ao mesmo tempo, vive o dilema da maioria dos países do leste europeu: aproximar-se ou não do Ocidente e tentar achar um espaço no cenário global.

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