terça-feira, 28 de julho de 2009

O muro físico caiu, mas o social permanece

Em 9 de novembro completam-se vinte anos da queda do Muro de Berlim, um dos eventos mais importantes da história contemporânea. Entre as diversas comemorações preparadas para a data, que marcou a fase final da chamada Guerra Fria e acelerou o processo de reunificação da Alemanha, o ceticismo e a descrença parecem ser maioria nas análises e reportagens feitas sobre Berlim, o Muro e a Alemanha em si. Especialmente as análises feitas pela própria imprensa alemã.



A Der Spiegel, respeitado semanário alemão, tem enfocado bastante o descontetamento dos antigos alemães orientais com os rumos que país unificado tomou e a influência sobre seu cotidiano. Uma prova nada animadora desse sentimento é uma matéria da Spiegel apontando que 57% dos alemães do Leste dizem preferir o antigo regime comunista do que o atual.

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2009/07/05/ult2682u1224.jhtm

A Deutsche Welle – chamada vulgarmente como a “BBC alemã” – também traz outro dado pouco animador do lado leste da Alemanha, tratando do aumento em 40% da xenofobia nos Estados do antigo lado comunista.

http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4504494,00.html?maca=bra-newsletter_br_Destaques-2362-html-nl

Vinte anos não são sificientes para corrigir as discrepâncias sócio-politico-econômicas causadas por décadas de separação e regimes de governo distintos. Apesar de toda a euforia que existia com a reunificação, era claro que a tarefa seria árdua e longa. Mas vinte anos são suficientes para constatar se houve avanços nesse processo. E a maioria das análises dá conta de que o ritmo desses avanços foi menor que o esperado, frustrando a uns e irritando a outros.

O Muro caiu fisicamente, mas o social ainda permanece em pé.

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