quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Bulgária e Romênia, "primos pobres" da UE

Mais novos integrantes da União Europeia, Bulgária e Romênia completaram cinco anos de adesão no último dia 1° de janeiro. Mas pouca coisa mudou para ambos nesse período. Pelo contrário, ainda são considerados os “primos pobres” da UE.

No Parlamento Europeu ainda há membros que classificam Bulgária e Romênia como Estados que ainda não estavam maduros para ingresso na UE.

A Bulgária ocupa a lanterna entre os 27 membros do bloco, tanto em riqueza, salários, aposentadorias, produtividade no trabalho e eficiência energética. O país ainda é criticado por Bruxelas em temas como reforma judicial e combate à corrupção e ao crime organizado. A situação também não é das mais alentadoras na Romênia, que tem problemas semelhantes ao país vizinho (desemprego, baixos salários e problemas no setor previdenciário, por exemplo). A ela se soma um certo sentimento de nostalgia dos tempos do comunismo sob o ditador Nicolae Ceauscescu.

A desconfiança gera problemas para os dois caçulas do bloco. Acusada por Bruxelas de não fazer o suficiente contra a corrupção, a Bulgária teve bloqueado em 2008 um repasse de 220 milhões de euros a que teria direito como membro da UE. A Romênia está impossibilitada até 2013 de acessar nada menos que 19 bilhões de euros em fundos do bloco. Para completar, ambos tiveram a entrada barrada no Acordo de Schengen, pacto europeu que permite viagens de cidadãos sem passaportes entre os países do bloco – um grande choque para quem esperava com a adesão à UE uma integração imediata com o restante do continente.

Os dois vizinhos, no entanto, adotam posições distintas frente às objeções vindas de Bruxelas. Enquanto os búlgaros se julgam vistos como membros de segunda classe no bloco e fazem barulho contra as restrições que sofrem, a Romênia evita críticas à entidade e culpa a própria situação do país como motivo da desconfiança. Mas as sociedades em ambos os países têm em comum um sentimento de decepção com a situação atual dos países em relação ao que sonharam no começo de 2007, mesmo sabendo que nada muda da noite para o dia.

Bulgária e Romênia podem servir como alerta para a Croácia, que tem ingresso na UE programado para 2013. Mesmo com o bloco atravessando uma crise que chega a colocá-lo em xeque, a adesão realmente pode abrir portas para o país. Mas a cobrança e a pressão dentro do bloco por resultados econômicos e avanços na política e no judiciário são grandes.

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