domingo, 12 de setembro de 2010

O que é que o futebol da Ucrânia tem?

Até poucos anos atrás, pouco se falava no futebol da Ucrânia, ex-república soviética. Mas, para quem acompanha minimamente o noticiário esportivo, a Ucrânia deixou de ser uma mera desconhecida.

Jogadores brasileiros vão e voltam com frequência de times ucranianos. Dynamo de Kiev e Shakthar Donetsk são os dois principais representantes do futebol do país, mas que já conta com uma terceira força, o Metalist Kharkiv.
Mas afinal de contas, o que é que a Ucrânia tem que atrai e convence tantos jogadores brasileiros a tentarem a sorte em um país com uma cultura, língua e clima tão diferentes do Brasil?

A Ucrânia também tem sua história no futebol. Era de lá a base das seleções soviéticas. Com o fim da URSS e a independência da Ucrânia, o país demorou para se firmar no cenário europeu. Mas tal situação vem mudando pouco a pouco. Em 2006, a Ucrânia chegou, pela primeira vez, a uma Copa do Mundo, e não fez feio. Caiu somente nas quartas de final. Em 2012, o país sediará a Eurocopa de seleções, ao lado da Polônia.

Os clubes – embora repletos de estrangeiros – refletem esse crescimento do futebol ucraniano. O Shakthar Donetsk, por exemplo, foi campeão da Copa da UEFA (hoje Liga Europa) em 2009, em cima do Werder Bremen (Alemanha). Os times ucranianos chegam com frequência às fases de grupos da Liga Europa e da Liga dos Campeões, o mais importante torneio de clubes da Europa – possivelmente, do mundo.

Os clubes gozam de boa estrutura e pagam bons salários – este último, em especial, é o que atrai os jogadores brasileiros interessados em jogar no exterior. Quando se destacam, atraem a atenção de outros clubes europeus. Dois bons exemplos são o meia Elano e o atacante Brandão, ambos ex-jogadores do Shakthar Donetsk. Hoje, o primeiro joga na Turquia, após passagem pela Inglaterra; o outro está no futebol francês .

Aos poucos, a Ucrânia perde a fama de “país escondido”, apesar de estar longe de oferecer a mesma visibilidade de outros torneios europeus, como o espanhol e o italiano. Mas a presença de brasileiros também ajuda a elevar o nível técnico dos times e do torneio local. Ou seja, acaba sendo uma troca interessante para ambos os lados.

Claro, nem todos os brasileiros que vão parar na Ucrânia conseguem se adaptar às condições do país – apesar de tal problema também ocorrer em outros países com cultura, clima e língua mais próximos ao do Brasil. Mas a Ucrânia cada vez mais torna-se uma solução interessante para jogadores que desejam a independência financeira – argumento usado pela empresa Traffic, por exemplo, ao noticiar a venda do meia palmeirense Cleiton Xavier para o ucraniano Metalist.

Um comentário:

Féfa disse...

Essa da independência financeira é ótima!!! Muitos jogadores vem de categorias de base e aos 14/15 já ganham 10/15 mil reais de salário.
Realmente os parâmetros no futebol são muito diferentes.