segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Entre o gás e o átomo

A questão energética, desencadeada especialmente por causa da crise do gás na Europa tem sido um dos principais assuntos do continente. Especialmente dos países do Leste europeu, os mais afetados pelo desabastecimento.

A briga entre Rússia e Ucrânia, que não é nova, pode até ter uma trégua nos próximos dias, restabelecendo assim o fornecimento. Mas a troca de acusações continua, enquanto os europeus do leste continuam a sofrer com um dos invernos mais rigorosos dos últimos anos no continente.

Com parceiros que estão longe de inspirar confiança, alternativas já começam a ser procuradas. E uma delas é motivo de grande polêmica, já citada neste blog: a energia nuclear.

Que levanta a bola desta vez é a Eslováquia, que pretende reativar sua central nuclear devido à crise do gás, conforme noticia o site da alemã Deutsche Welle (texto em português). Mesmo sabendo da oposição da UE (grupo do qual a Eslováqua faz parte e que determinou que o país desativasse seus reatores caso realmente quisesse ingressar no bloco), os eslovacos mostram disposição em levar à frente a iniciativa.

Não será surpresa nenhuma se outras nações resolverem adotar a mesma medida - até porque outros países da UE, como Bélgica e França, são praticamente movidos energeticamente pelo átomo.

E é um debate que, com os problemas apresentados por Rússia e Ucrânia, tende a ser retomado. Além dos fatores ambientais quanto aos dejetos produzidos pelas centrais nucleares e os cuidados no manuseio do próprio material, há ainda na Europa o trauma do acidente de Chernobyl, ocorrido em abril de 1986. Se somarmos a tudo isso ainda a escassez de petróleo prevista para as próximas décadas, pode-se até dizer que a energia nuclear é um tema que, por mais espinhoso que seja, terá de deixar de ser um tabu. E o trauma de Chernobyl, superado.

Agora, o que não dá, definitivamente, é para a UE adotar pesos diferentes para a mesma medida, ao determinar a desativação de reatores nucleares dos países do Leste, enquanto no Oeste outros usufruem dessa mesma fonte de energia.

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