sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Polônia pede à América Latina fundos para preservar Auschwitz

O campo de concentração e de extermínio de Auschwitz, no sul da Piolônia parece ser uma boa amostra de que “palavras são muito bonitas, mas que de nada valem se não forem acompanhadas de atos concretos”.

Desde 1945, a Polônia tem financiado praticamente sozinha a manutenção do antigo campo, um dos principais palcos do Holocausto, onde mais de um milhão de pessoas, em sua maioria judeus, foram assassinados. O orçamento de 2009 ficou em 7 milhões de euros. O governo polonês entra com US$ 4,6 milhões anuais, enquanto as contribuições estrangeiras são simbólicas. A fundação conta com recursos próprios, mas que são insuficientes para cobrir todos os custos. Promessas de doações existem, mas por enquanto não se tornaram atos concretos.



"Seria vergonhoso permitir que o campo de concentração desapareça", explicou o diretor da fundação Auschwitz-Birkenau, Jacek Kastelaniec, responsável pela iniciativa internacional iniciada para evitar a destruição do campo, que está ameaçado pela neve, pela água e, sobretudo, pelo tempo.

Mais barato seria reconstruir todo o campo de concentração, mas a fundação que cuida do local quer mantê-lo como ficou após o fim da Segunda Guerra, em 1945. "Nós não podemos reconstruir, o que seria mais barato, mas precisamos preservar, o que é muito mais caro", ressaltou Kastelaniec.

Agora, a fundação responsável pela administração de Auschwitz busca recursos pelo mundo para continuar conservando o local. Brasil e Argentina devem ser visitados em dezembro. O objetivo é arrecadar 120 milhões de euros até 2015.

O valor pode parecer alto, mas ainda mais caro é ter de arcar novamente com os prejuízos que o mundo teve com a Segunda Guerra Mundial – e não apenas os econômicos ou os provocados pelo nazismo. Auschwitz representa – ou deveria representar – tudo aquilo o que a humanidade já foi capaz no quesito insanidade, para que nunca mais se repita.

O local tem cerca de 200 hectares, onde existem 155 edifícios e 300 ruínas --incluindo as das câmaras de gás--, e em 1979 foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

No ano passado as instalações receberam 1,3 milhão de visitantes.

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